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BAHIA

Há 130 anos, Bahia era palco de conflito sangrento que acabou na renúncia do governador

É verdade que já faz muito tempo. Não há sequer nenhum baiano vivo, até onde se sabe, que presenciou este fato. A história é do tempo em que o marechal Deodoro da Fonseca era presidente da República. Mas você sabia que a Bahia já teve um governador deposto? Aliás, é o único governador que foi obrigado a renunciar ao cargo na história do nosso estado.

Tentativa de golpe

O caso aconteceu em 1891. A República brasileira era apenas uma criança de 2 anos que engatinhava. Naquele ano, Deodoro da Fonseca foi, de fato, eleito presidente em uma eleição indireta no Congresso. Até então, ele era apenas chefe de um governo provisório. No comando do país, o marechal quis presidir com mão de ferro. Centralizador, comprou briga com adversários e aliados, e o Brasil entrou em uma crise política e econômica. No início de novembro, decidiu dissolver o Congresso para afirmar sua autoridade acima do Poder Legislativo. Também suspendeu direitos e perseguiu a imprensa.

Conflito na Bahia

Aí você, leitor (a), pergunta: onde é que entra nessa história José Gonçalves da Silva, o governador baiano destituído? Ele, que chegou ao poder nomeado pelo marechal, apoiou a tentativa de golpe de Deodoro da Fonseca. A atitude revoltou o meio político baiano e desagradou, inclusive, o seu forte aliado Luís Viana. Historiadores relatam que a postura de José Gonçalves gerou uma guerra na imprensa local. O deputado oposicionista César Zama, que fundou o Pequeno Jornal, usou o seu periódico para inflamar a população contra o governador e forçar a renúncia. O jornal rotulava José Gonçalves de incompetente e golpista que atentava contra a integridade da República brasileira. 

Batalha sangrenta

Mas não pense que a batalha pela deposição ficou apenas nas páginas dos jornais. A história da destituição de José Gonçalves contraria, mais uma vez, o mito de que o brasileiro é um povo pacifista. No dia em que Deodoro da Fonseca deixou a Presidência, militares e políticos se reuniram e decidiram exigir a saída também do governador baiano do posto. Um protesto foi marcado para o dia seguinte, 24 de novembro, na praça da Piedade, em Salvador. José Gonçalves resistiu ao ato e policiais militares dispararam tiros contra os manifestantes. Na ação, muitos baianos foram mortos e feridos.

A renúncia

O confronto encerraria quando o general Tude Soares e tropas do Exército chegaram ao local para controlar a situação. Sem apoio dos militares, o governador, então, decidiu renunciar e deixou o prédio da Secretaria do Governo, transmitindo o cargo para general. José Gonçalves, que deveria ficar sentado na confortável cadeira do governo durante quatro anos, ficou pouco menos de um mês. Deixou o governo para entrar na história como o primeiro e único governador da Bahia deposto.

Fonte: Metro1

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