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BRASIL

Governo Bolsonaro incluiu quatro presentes sauditas em acervo no dia em que transportou joias

Em 26 de outubro de 2021, mesmo dia em que a comitiva do Ministério de Minas e Energia retornou da Arábia Saudita com joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, o governo de Jair Bolsonaro incluiu formalmente na lista de presentes recebidos e incluídos no acervo do país quatro itens dados pelos sauditas. Eles são: um manto, um lenço, um broche e uma escultura.

Na mochila de um assessor do ex-ministro Bento Albuquerque, que fazia parte da comitiva que retornou do Oriente Médio, havia, junto das joias milionárias, uma estátua de cavalo que teve as patas quebradas no transporte, mas não é possível saber é mesma escultura mencionada na lista.

Avaliado em R$16,5 milhões, o conjunto enviado para a ex-primeira dama não consta entre as peças anexadas ao acervo presidencial naquela data. Isso porque o colar, anel, relógio e um par de brincos acabaram sendo apreendidos pela Receita Federal por não terem sido devidamente declarados na chegada ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Um mês após o conjunto ser apreendido, o ex-ministro enviou uma carta ao príncipe da Arábia Saudita, afirmando que as peças recebidas já tinham sido incorporadas  ao acervo brasileiro “de acordo com a legislação nacional e o código de conduta da administração pública”. Albuquerque não mencionou a retenção das joias na alfândega.

Uma segunda caixa de joias entregue pelo governo da Arábia Saudita e destinada ao presidente Jair Bolsonaro também foi transportada pelo ex-ministro Bento Albuquerque durante a mesma viagem. Ela ficou guardada no cofre do ministério por mais de um ano até chegar ao acervo da Presidência da República. O conjunto incluía um relógio, uma caneta, um par de abotoaduras, um anel e um tipo de rosário, todos da Chopard, mesma fabricante do conjunto enviado para Michelle e uma das mais caras do mundo.

Albuquerque trouxe o estojo em suas malas pessoais e, por isso, o material acabou entrando no país sem ser declarado. Presentes entre governos normalmente são despachados como bagagem diplomática, sobre a qual não há cobrança já é um bem do governo brasileiro.

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