Cursos do Pronatec alcançam 100% de matrícula e beneficiam povos e comunidades tradicionais na Bahia
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Indígenas, quilombolas, agricultores familiares e camponeses assentados fazem parte dos 6.710 estudantes que estão fazendo cursos de qualificação profissional do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), executados pela Secretaria da Educação do Estado (SEC). Mesmo durante o período da pandemia do novo coronavírus, a SEC alcançou 100% de matrículas para os cursos ofertados de Agente de Assistência Técnica e Extensão Rural, Agricultor Familiar, Agricultor Orgânico, Microempreendedor Individual, Assistente de Recursos Humanos e Promotor de Vendas e cujas aulas acontecem on-line, até 27 de novembro, na modalidade Formação Inicial e Continuada/ Educação à Distância (FIC/EAD).
O indígena Rodolfo Moreira, da Aldeia Massacará, do Povo Kaimbé, em Euclides da Cunha, é um dos beneficiados e falou sobre a importância desta qualificação para ele e para a sua comunidade. “O curso é fundamental para melhorar a produção diversificada dentro do território indígena com o plantio de alimentos saudáveis, sendo um importante instrumento de fortalecimento da cultura tradicional do povo Kaimbé”.
A estudante quilombola Roseli Santana Calazans, da comunidade de São Francisco do Paraguaçu, no município de Cachoeira, que está fazendo o curso de Assistência Técnica e Extensão Rural, em Riachão do Jacuípe, espera devolver os conhecimentos para a sua comunidade. “Sou coordenadora da associação quilombola na comunidade, onde resido e já trabalho com agricultura, pesca e extrativismo. Vejo a oportunidade de participar deste curso como uma qualificação para o trabalho que presto na associação e em prol do meu povo”.
Quem também está se qualificando é o pequeno agricultor Josafá Bezerra do Nascimento, que está matriculado no curso em Agricultor Familiar, no município de Antônio Cardoso. “A oferta do curso é muito importante, pois trás esperança de que, através do aprendizado, eu possa ajudar a desenvolver o assentamento onde moro com minha família”, disse ele, que trabalha no Assentamento do Movimento dos Sem Terra (MST) Antônio Guilhermino, em Sento Sé.
Elevação da escolaridade e formação profissional – Ao todo, são 122 turmas dos Eixos de Recursos Naturais e Gestão e Negócios. Deste total, foram contemplados 166 indígenas de 25 etnias e aldeias; 501 quilombolas; e 4.102 estudantes agricultores familiares, de povos e comunidades tradicionais. A oferta, que também alcança jovens e trabalhadores da cidade com alta vulnerabilidade socioeconômica, visa elevar a escolaridade mínima dos estudantes para outras séries ou níveis.
O secretário da Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues, ressaltou a importância da iniciativa. “A oferta do Pronatec na perspectiva dos Territórios de Identidade e de seus atores e da política de educação da Secretaria da Educação vem estender a oportunidade de acesso à Educação Profissional e Tecnológica, garantindo às populações jovem e adulta do campo e da cidade, por direito, a qualificação profissional e a elevação da escolaridade em todo o Estado”.
Segundo o superintendente da Educação Profissional e Tecnológica, Ezequiel Westphal, a SEC ressignificou o Pronatec em seu planejamento territorial de estudo e demanda, a partir da política do Governo do Estado. “A Educação Profissional toma novo sentido, por direito aos cidadãos e cidadãs, sendo inclusiva em sua diversidade e voltada à realidade dos territórios, no diálogo com a juventude e a população adulta, os movimentos sociais e as demais instituições da sociedade civil. É a proposta de uma escola-cidadã, na qual se valoriza os saberes, as experiências e as histórias de vida mediadas pela realidade com os conhecimentos a serem adquiridos nos Eixos de Recursos Naturais e de Gestão e Negócios”.