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BAHIA

BARREIRAS – Catadores de materiais recicláveis do lixão participam de pesquisa socioeconômica da Defensoria

Redação/TV Serra dos Brindes

Dados darão suporte para atuação mais estratégica da Defensoria em proposições de políticas públicas e acesso da categoria à Justiça

Para conhecer o perfil dos catadores e catadoras de materiais recicláveis e colaborar na construção de políticas públicas que estruturem e fortaleçam este grupo, a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA está aplicando um questionário à estes trabalhadores em condição de vulnerabilidade para obter um panorama detalhado da condição socioeconômica da categoria.

Na última semana, a equipe da Defensoria em Barreiras visitou o lixão da cidade, que ainda não conta com aterro sanitário, para aplicar a pesquisa que investiga o gênero, o perfil racial, a escolaridade, a composição familiar, o acesso a programas de benefícios sociais, os vínculos cooperativos, se estão inseridos em políticas públicas de coleta seletiva, entre outras questões.

Neste período foram 53 entrevistados pela defensora pública e coordenadora da 8ª Regional da Defensoria com sede em Barreiras, Laís Daniela Sambuc, e a servidora e assistente social Carina Boing. “Com base nestes questionários o Grupo de Trabalho de Igualdade Racial e o Núcleo de Gestão Ambiental da Defensoria desenvolverão um estudo sobre a condição do catador que passa inclusive pelas diferenças de identificação racial, já que essa é realizada pela própria pessoa [autoidentificação] e por nós entrevistadores [heteroidentificação]”, comentou Laís Sambuc.

A exemplo de Barreiras, a Defensoria também aplicará a pesquisa em outros municípios onde atua no estado. De acordo com a defensora pública Clarissa Verena, que é coordenadora adjunta do Núcleo Ambiental e integra o GT de Igualdade Racial, é importante compreender quais as características concomitantes (em termos de raça, gênero, classe, entre outras) marcam o processo de vulnerabilidade desta população.

“Além disso, poderemos identificar, por meio de dados estatísticos, o que já é observável, que em sua maioria este grupo é composto de mulheres pretas e pobres. Conhecendo a realidade dos catadores, a partir destes dados, é conhecer também suas necessidades, as opressões que os invisibilizam e atuar de modo mais estratégico na elaboração de políticas públicas e acesso ao Sistema de Justiça e outros serviços do Estado, como educação e saúde”, acrescentou Clarissa Verena.

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