Dois baianos entraram na lista das 100 Pessoas Mais Influentes de Descendência Africana (Mipad). Os escolhidos foram a promotora Lívia Maria Sant’Anna Vaz, do Ministério Público da Bahia (MP-BA), e o dentista Arthur Igor Cruz Lima, fundador da startup AfroSaúde.
Lívia Maria Sant’Anna Vaz aparece na lista na categoria “Grandes Mentes Jurídicas” pela atuação no Sistema de Justiça e o trabalho de combate ao racismo e à intolerância religiosa desenvolvido junto ao Ministério Público do Estado da Bahia.
Lívia Vaz ingressou no MP baiano em 2004, atuou nas comarcas de Brejões, Macaúbas, Seabra e Itabuna até chegar em Salvador. Na capital, ela começou a atuação específica na Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e também passou a coordenar, em 2015, o Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação do MPBA (GEDHDIS). Diversos resultados já foram alcançados por meio dos trabalhos da Promotoria, primeira do país com essa atuação específica, e pelo Grupo. Criada há mais de 20 anos, a Promotoria inspirou outros MPs a adotarem medidas semelhantes. Com a sua instituição, o Ministério Público baiano se antecipou, inclusive, a recomendação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que determinou a criação de Promotorias, Grupos ou Núcleos para atuação específica.
Segundo Lívia Vaz, a Promotoria de Justiça segue sendo uma das pioneiras em ações, recomendações, TACs e denúncias oferecidas, inclusive na atuação com relação a cotas raciais e recomendações quanto a políticas públicas de ações afirmativas.
O dentista Arthur Igor Cruz Lima foi escolhido na categoria “Saúde e Heróis da Covid-19”, pela solução tecnológica de serviços de saúde voltados para a comunidade negra, desenvolvida para conectar profissionais da saúde negros e pacientes negros, durante a pandemia a AfroSaúde. Arthur criou uma rede de apoio para atender moradores que vivem nas periferias de Salvador.
Arthur Igor se formou na Faculdade Baiana de Medicina em 2015, trabalhou pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade de Rio Real e depois fez residência em saúde da família (Fesf/Fiocruz), atuando em Itinga, Lauro de Freitas. Atualmente, faz mestrado na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba). A tese de dissertação vai ser sobre qualidade de vida e ansiedade dos dentistas durante a pandemia.
O Mipad é uma iniciativa que identifica grandes atores de ascendência africana com contribuições positivas em todo o mundo. Os reconhecimentos estão inseridos na agenda da Década Internacional das Nações Unidas para Afrodescendentes, que iniciou em 2015 e seguirá apresentando estas lideranças até 2024.
Os reconhecimentos são concedidos a grandes empreendedores de descendência africana que atuam em setores públicos e privados de todo o mundo e formam uma rede progressiva de atores relevantes para se unirem no espírito de reconhecimento, justiça e desenvolvimento da África e do seu povo.