A Bahia deixou de receber 909.494 doses de vacina contra a Covid-19. O estado vem sendo prejudicado pelo modelo adotado pelo Ministério da Saúde para a distribuição de doses, que ainda considera os públicos prioritários das primeiras fases da vacinação, mesmo que todos os estados já tenham avançado e adotado a imunização com base na idade.
O Ministério considera diversas bases de dados para calcular o quantitativo dos grupos prioritários, a principal é a da campanha de 2020 da vacinação contra a gripe (H1N1), já que o último censo populacional ocorreu em 2010 e, portanto, não fornece as projeções não são fidedignas. A Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) sinaliza que esse modelo tem como consequência, na eventualidade de um município não ter executado uma boa campanha de vacinação contra o H1N1, ou seja, não tenha atingido toda a população-alvo, fique com o registro comprometido no sistema do Ministério da Saúde, o que causa distorções no envio de doses.
Em 15 de julho, de acordo com a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), a defasagem de doses no estado era de 750 mil imunizantes. Menos de um mês depois o número cresceu 14%.
Desde o mês de junho, secretários de Saúde têm reclamado e apresentado pedidos de mudança na distribuição ao Ministério da Saúde. Prefeitos também se reuniram com a pasta e fizeram a mesma solicitação.
Os dados mostram que os critérios adotados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) prejudicaram principalmente os estados do Norte e do Nordeste, que receberam menos doses do que deveriam, ao considerar as populações.
Conforme dados disponibilizados pela Sesab, a situação da Bahia só não é a pior do país por causa do Pará, que enfrenta uma defasagem ainda maior. O estado da região Norte recebeu 1.191.267 doses a menos do que deveria.
São pelo menos 15 os estados com defasagem no quantitativo de doses recebidas.